quinta-feira, 29 de setembro de 2011

História do Quilombo Mesquita (Ocidental - Goiás)

        Muito antes de Brasília, próximo a Santa Luzia, hoje Luziânia GO, havia uma fazenda chamada Mesquita e seu proprietário já em final de vida resolveu doar parte das terras para três escravas da Fazenda Mesquita, há mais de 200 anos. Daí surgiu o povoado, a partir da construção das primeiras casas onde o filho de um casava-se com o filho do outro e construía sua casa ao lado da casa do pai e assim formou-se o povoado que durante muitos anos permaneceram isolados vivendo de maneira tradicional onde tudo era produzido pela comunidade e indo a Luziânia somente para vender seus produtos e comprar o que não podiam produzir, vivendo assim até meados da década de setenta, quando começou a ocupação da região próxima ao povoado, Cidade Ocidental e Valparaíso de Goiás, vivendo assim eles cultivam suas tradições e costumes, onde tinha no marmelo sua principal e mais tradicional fonte de recursos externos.
       Hoje os 800 quilombolas que fazem parte dos cerca de 3.000 habitantes do povoado conseguiram recentemente seu reconhecimento como área de remanescente de quilombo. Distante apenas 8 km da Cidade Ocidental, 300 famílias quilombolas cultivam marmelo, goiaba, laranja, cana de açúcar, mandioca e contam também, com uma pequena indústria artesanal de marmelada e goiabada. No artesanato produzem caixinhas, biscoitos e tapetes, que são comercializados em feiras. 
        A cultura do marmelo na comunidade Mesquita, vem do século XVIII, as primeiras mudas do marmelo (Cydonia oblonga) foram trazidas de Portugal para o Brasil e os boiadeiros trouxeram ao interior de Goiás ao cruzar os sertões. 
        A história da marmelada na cultural da comunidade ainda está sendo pesquisada pelos historiadores. Sabe-se que a tradição foi trazida por três escravas libertas, vindas de Portugal trazendo a receita. Seus descendentes seguiram a fabricação artesanal da marmelada e a comunidade ainda hoje preserva herança econômica, histórica e cultural. As festas são comemoradas com a dança Catira, dança tradicional de Goiás.
    

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